terça-feira, 5 de setembro de 2017

Crítica: Zulu | Um Filme de Jérôme Salle (2013)


Cidade do Cabo, África do Sul. Quando dois policiais, o detetive Ali Sohela (Forest Whitaker) e Brian Epkeen (Orlando Bloom) passam a investigar o assassinato de uma jovem que era filha de um famoso jogador de Rugby, as pistas que levam ao passado de preconceito do país durante o Apartheid, escondem as atividades de uma violenta gangue de traficantes que estão colocando nas ruas uma droga desconhecida que tem deixado um rastro de insanidade em seus usuários. “Zulu” (Zulu, 2013) é um thriller de ação policial escrito por Jérôme Salle e Julien Rappeneau, e dirigido por Jérôme Salle (responsável pelo excelente “Anthony Zimmer”, (2008) filme que originou o remake “O Turista” (2010) que foi estrelado por Johnny Depp e Angelina Jolie). Baseado no romance Zulu escrito por Caryl Férey, o filme estreou no Festival de Cannes de 2013, onde encerrou o evento. Em todo o mundo, este filme foi intitulado Zulu, exceto na África do Sul, onde foi chamado de “A Cidade Mais Violenta”. Com o papel principal concedido para Forest Whitaker, numa ótima performance, originalmente o papel era reservado para Djimon Hounson, mas após o seu abandono do projeto, ele foi substituído. Repleto de qualidades dramáticas dadas pelo contexto político sul-africano, atuações competentes e boas cenas de ação policial, o diretor e roteirista Jérôme Salle entrega um bom filme policial.

Embora distante das fronteiras americanas, “Zulu” explora todos os clichês possíveis dos filmes policiais norte-americanos, pois o roteiro de Salle se espelha rigorosamente em personagens, em eventos e na intensidade funcional de filmes americanos. Ainda que os elementos sejam mais discretos em alguns aspectos, todavia estão presentes. A África do Sul acomoda toda a reconhecida fórmula de um thriller policial adequado e mescla convenientemente uma série de particularidades desse mesmo território a seu favor onde, por exemplo, aborda em seu enredo as feridas do Apartheid, um violento regime racial que deixou uma herança traumática em seus habitantes. O filme funciona bem. Sendo que o enredo seguro de sua proposta aliado a um elenco funcional, onde Forest Whitaker se destaca genialmente e Orlando Bloom não fica muito atrás, demonstram as ótimas escolhas da produção. Permeado de cenas fortes de violência e tortura gráfica, Jérôme Salle transporta o espectador para o ambiente de preconceito e violência que reinava nas ruas sul-africanas. Sua história segue um padrão do cinema estadunidense, mas com um toque de condução europeia em um enredo menos banal.

Sobretudo, “Zulu” também tem algumas pontas soltas em sua trama que causam uma ligeira confusão, mas que não comprometem o conjunto da obra. Seu desfecho exagerado talvez seja um de seus maiores pecados. Porém, ainda assim essa produção é bem recheada de boas doses de suspense e tensão que geram ótimas passagens dramáticas, boas cenas de ação e um programa de entretenimento que pode facilmente agradar aos fãs do gênero, pois não fica devendo em nada para produções estadunidenses. Em alguns casos, em muitos devo dizer, até é capaz de superar.

Nota:  7/10

2 comentários:

  1. O mais interessante são as locações em bairros pobres e violentos da Cidade do Cabo.

    É estranho ver Orlando Bloom no papel do policial durão.

    Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A atuação de Orlando Bloom é a cara do cinema americano. Valentão, alcoólatra e com problemas com ex esposa. Dane-se as regras, o que importa é meu parceiro... Lhe caiu bem o papel.

      abraço

      Excluir